Os fios tremem, são eles que agarram o chão ao céu...
Sentindo o medo de cair vivo, ou deixo de viver
Inibo o que de premeditado havia em mim
E deixo-me flutuar num mar de inconsciência tão puro como indesejável
Não me posso permitir entregar assim, mas que fazer perante tal força?
Quero dormir, quero morrer uma hora
Deixar de ter palavras
Acabar com o ser gnoseológico que me inebria a vida
Mas quero viver como devo!
Quero fazer o que quero! Quero querer!

Como ser alguém
Transformar-me ou assumir-me ou entrar num mundo
Preciso disso novamente uma identidade
Será que tenho essa necessidade anual
Uma redescoberta pela experiência e convivência comigo mesmo
Não o poderei esquecer de algum modo
Queria seguir em frente sem perder largas horas da minha vida pensando

O que me irrita mais é a caspa
É que ao pensar de mão na cabeça são inevitáveis os flocos brancos de tristeza e desconforto
Mas o meu estado é de tal comodismo e absorção que apenas me limito a sacudi-los
Será que nunca resolverei de forma integral as minhas questões
Mesmo quando transformadas em problemas parecem-me igualmente voláteis
Não consigo processar o meu próprio pensamento

De novo peço um momento de vida significante
Quero ser